segunda-feira, 13 de abril de 2015

As cores #2 - Proj. #2

Já aqui falei, ainda que de modo muito breve, nas cores. Hoje resolvi explorar um pouco melhor este tema principalmente para entender o poder que estas têm na formulação de sentimentos e de ideias.

cor é uma percepção visual provocada pela acção de um feixe de fotões sobre células especializadas da retina que transmitem, através de informação pré-processada no nervo óptico, impressões para o sistema nervoso.
Um objeto terá determinada cor se não absorver os raios correspondentes à frequência daquela cor. Ou seja, um objeto é verde se absorve as frequências fora do verde. A cor está então relacionada com os diferentes comprimento de onda do espectro eletromagnético. A cor é luz, como tal, a cor branca resulta da sobreposição de todas as cores primárias (verde, azul e vermelho), enquanto o preto corresponde à ausência de luz. Uma luz branca pode ser decomposta em todas as cores por meio de um prisma - na natureza esta decomposição é o que está na origem do arco-íris. 
"Color is a property of light. Our eyes see only a small part of the electromagnetic spectrum. Visible light is made up of the wavelengths of light between infrared and ultraviolet radiation (between 400 and 700 nanometers). These frequencies, taken together, make up white (sun) light.White light can be divided into it's component parts by passing it through a prism. The light is separated by wavelength and a spectrum is formed. Sir Isaac Newton was the first to discover this phenomenon in the seventeenth century and he named the colors of the spectrum. " (1)
A cor é, como já disse mais acima, percebida através da visão mas esta é algo que nos é tão familiar que se torna para nós difícil compreender que ela não corresponde a uma propriedade física do mundo mas sim à sua representação interna - a nível cerebral. Ou seja, os objectos não têm cor; a cor corresponde a uma sensação interna provocada por estímulos físicos de natureza muito diferente que dão origem à percepção da mesma cor por um ser humano. Não notamos, por exemplo, nenhuma diferença fundamental na cor dos objectos familiares quando se dá uma mudança na iluminação. A isto chama-se constância da cor e é este fenómeno que faz com que a maioria das cores das superfícies pareçam manter a sua aparência mesmo quando vistas sob uma iluminação muito diferente. O que vemos não é  então exactamente «o que está lá fora»: corresponde antes a um modelo simplificado da realidade que é de certeza muito mais útil para a nossa sobrevivência. O nosso sistema sensorial faz com que nós perente diferentes tonalidades as categorizemos, associando determinados nomes a certas bandas de tonalidade (com uma definição extremamente vaga). É este hábito humano de categorizar que nos faz imaginar que o nosso sistema nervoso faz uma detecção «objetiva» de uma determinada cor que existe no mundo exterior.

Diferentes tonalidades

Para o nosso sistema visual, as cores permanecem fundamentalmente invariáveis, embora seja tão difícil conseguir que esse tipo de objecto fique com a cor certa num monitor de televisão. A cor não tem só que ver com os olhos e com a retina mas também com a informação presente no cérebro. Enquanto que se tivermos uma iluminação fraca um determinado objecto cor de laranja pode ser visto como sendo amarelado ou avermelhado,  se esse objecto nos for familiar (uma laranja por exemplo) vemos mais facilmente a sua cor certa porque é um objecto de que conhecemos perfeitamente a cor. Ao mesmo tempo se usarmos durante algum tempo óculos com lentes que são verdes de um lado e vermelhas do outro quando tiramos os óculos, vemos, durante algum tempo, tudo esverdeado quando olhamos para um lado e tudo avermelhado quando olhamos para o outro. 

Os dois "tipos" de cores ...

Quando falamos em cor temos que distinguiar a cor obtida aditivamente (cor luz) ou a cor obtida subtractivamente (cor pigmento).
No primeiro caso - chamado de sistema RGB2 - temos os objectos que emitem luz (monitores, televisão, lanternas, etc.) em que a adição de diferentes comprimentos de onda das cores primárias de luz Vermelho + Azul (cobalto) + Verde = Branco.
O segundo caso (subtractivo ou cor pigmento) é o que ocorre ao nível das impressoras para imprimir etiquetas e embalagens e serve para obter cor com pigmentos (tintas e objetos não-emissores de luz). Neste basicamente mancha-se uma superfície sem pigmentação (branca) misturando-lhe as cores secundárias da luz: Ciano, Magenta e Amarelo. Subtraindo estes três pigmentos temos uma matiz de cor muito escura, muitas vezes confundido com o preto. 
Este também é conhecido como sistema "CMYK" : O "K" da sigla corresponde à cor "preto" (em inglês, "black"); o C à cyan (ciano);  o M remete para o magenta; o Y para o yellow (amarelo).
Alguns estudiosos afirmam ainda que a letra "K" é também uma referência a palavra "key", que significa "Chave". O "preto" é considerado como "cor chave" na indústria gráfica, uma vez que ele é usado para definir detalhes das imagens. 
As cores primárias de luz são as mesmas secundárias de pigmento, tal como as secundárias de luz são as primárias de pigmento. A principal diferença entre um corpo azul (iluminado por luz branca) e uma fonte emissora de  azul é que o pigmento azul está a absorver o verde e o vermelho refletindo apenas azul enquanto que a fonte emissora de luz azul emite efetivamente apenas azul. Se o objeto fosse iluminado por essa luz ele continuaria a parecer azul. 

As cores e a cultura 

Culturas distintas podem ter diferentes significados para determinadas cores. A cor vermelha foi utilizada no Império Romano, pelos nazis e comunistas. Usualmente é também a cor predominante utilizada em redes de alimentação fast food. O vermelho é a cor do sangue e naturalmente provoca uma reação de atenção nos indivíduos. Outras cores possuem significados diferentes em culturas diferentes.
Símbolo Nazi

Na pintura, escultura, arquitectura, moda, cerâmica, artes gráficas, fotografia, cinema, espectáculo etc, ela gera de emoções e sensações. A cor tem vida em si mesma e sempre atraiu e causou no ser humano, predilecção por determinadas harmonias de acordo com factores de civilização, evolução do gosto e especialmente pelas influências que a arte marca.

As cores têm assim uma dimensão física e uma parte mais emotiva 

As cores complementares 

Cores complementares são aquelas que mais oferecem contraste entre si. De acordo com a definição de Michel Eugene Chevreul, no século XIX, a cor complementar de uma matriz é aquela que mais absorve seu espectro.

"In the case where the eye sees at the same time two contiguous colors, they will appear as dissimilar as possible, both in their optical composition [hue] and in the height of their tone [mixture with white or black]." Michel Eugene Chevreul
O complemento de uma cor primária (*) será uma cor secundária  e vice-versa. Ou seja, o complemento de uma cor primária será a cor resultante da mistura de duas outras cores primárias. Por exemplo, a cor complementar do vermelho será o verde porque esta cor resulta da mistura de duas cores primárias que não o vermelho.

 "Of colors of equal lightness, that will look brightest which is against the darkest background, and black will display itself at its darkest against a background of greatest whiteness. And red will look most fierce against the yellowest background, as do all colors surrounded by their directly contrary color." (2)


Quando duas cores complementares se juntam o resultado é uma cor neutra - podemos até obter o preto quando as porções misturadas são iguais.

(*) - Cores primárias são conjuntos de cores que podem ser combinadas para criar outras cores. Para as aplicações humanas, três cores primárias são normalmente usadas, já que a visão colorida humana é tricromática. 

(1) - Design Notes: Color. http://daphne.palomar.edu/design/color.html, acedido a 12 de abril de 2015.
(2) - Michel Eugene Chevreul

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